Parte de um vasto plano de reorganização geral, das forças de terra e mar, esta estrutura mostrou-se, inegavelmente, eficaz durante décadas.
As populações deixaram de ser vítimas de constantes pilhagens, e a imponente Torre de Belém, teve um papel fundamental nesta estratégia. Dessa forma, a mensagem que passava, era clara: a entrada do rio estava protegida e sob controlo.
Um símbolo de Proteção e Defesa
Construída entre 1514 e 1519, fazia parte do sistema defensivo do estuário do Tejo, juntamente com a Fortaleza de Cascais e a Torre Velha na margem sul.
A Torre de Belém é um dos mais notáveis exemplos do estilo Manuelino, com influências europeias, orientais e islâmicas, e elementos ligados à navegação. Originalmente erguida no meio do rio, hoje está junto à margem. Existe na Torre de Belém uma escultura de um rinoceronte, que representa o rinoceronte de estimação do rei D. Manuel I, e a escada em espiral com 93 degraus que leva a uma vista panorâmica sobre Lisboa.
Juntamente com o Mosteiro dos Jerónimos e o Padrão dos Descobrimentos, esta torre integra o conjunto de monumentos emblemáticos da Era dos Descobrimentos, localizados na zona de Belém, em Lisboa.
Equipada com grossas bombardas, o tiro cruzado representava um temível obstáculo a todos os navios hostis que tentassem forçar a entrada em Lisboa. Seguindo esta linha defensiva, foi construída ainda, uma nau de 1000 tonéis. Esta complementava o dispositivo defensivo com uma base de fogo móvel. Contudo e como se não bastasse, ainda se construíram caravelas, equipadas com um poderoso armamento. Estas, estariam também prontas a intervir, em caso de necessidade.
Com a evolução dos meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua função defensiva original. Ao longo dos séculos, a torre tem se utilizado como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol. Durante as Guerras Liberais, no século XIX, serviu como masmorra para presos políticos, em condições precárias nas partes inferiores da estrutura.
A Torre de Belém na atualidade
Inicialmente, cercada pelas águas em todo o seu perímetro, hoje, esta estrutura está simbolicamente, ligada a terra por uma ponte pedonal. Esta foi a forma encontrada para preservar o seu contexto original. O monumento atrai milhares de turistas todos os anos, interessados não só na sua beleza, mas também na história que representa.
Classificada como Património Mundial pela UNESCO, desde 1983, a Torre de Belém é, sem dúvida, um dos monumentos mais emblemáticos de Lisboa, reconhecida tanto pelo seu valor arquitetónico e histórico quanto por representar o poder marítimo de Portugal na época dos Descobrimentos.
Informações úteis para a visita
A Torre está aberta das 10h às 18h30 na primavera e verão, com horário reduzido no inverno. Fecha às segundas-feiras e em alguns feriados. É possível adquirir bilhetes combinados com o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu Nacional de Arqueologia. Para fotos, os melhores horários são de manhã cedo ou ao pôr do sol.
Atenção: O acesso é limitado para pessoas com mobilidade reduzida, devido às escadas estreitas.
A Zona de Belém
Visitar a Torre de Belém é apenas parte da experiência. A área envolvente oferece outros pontos de interesse turístico e cultural:
- Mosteiro dos Jerónimos: Um dos maiores exemplos de arquitetura Manuelina, construído para celebrar o regresso de Vasco da Gama da Índia.
- Padrão dos Descobrimentos: Monumento emblemático dedicado aos navegadores portugueses.
- Pastéis de Belém: A famosa pastelaria onde se podem degustar os originais pastéis de nata, com receita secreta exclusiva.
- Museu dos Coches: Uma das maiores coleções de coches reais do mundo.
- Jardins de Belém: Espaços verdes ideais para passeios em família ou piqueniques.
Para aproveitar ao máximo a sua visita, recomenda-se ir durante a semana, evitando as acumulações de pessoas que costumam afluir ao monumento aos fins de semana e feriados.